O Secretário-Geral do Partido ANAMOLA, Messias Uarreno, anunciou que a formação política não participará nas cerimónias provinciais de lançamento das auscultações públicas para a reforma da Constituição e das leis eleitorais, agendadas para amanhã, 6 de Outubro, no âmbito do Diálogo Nacional Inclusivo.
Segundo Uarreno, a decisão, tomada pela Comissão Executiva e pelos Coordenadores Provinciais, “constitui um simbolismo de protesto” contra a exclusão do partido nos trabalhos da Comissão Técnica do Diálogo (COTE). “Solicitámos por escrito a nossa integração na COTE, mas até hoje não recebemos resposta”, afirmou.
O dirigente recordou que o Presidente do partido, Venâncio Bila Mondlane, obteve “votação maioritária nas eleições presidenciais de 2024”, embora tenha sido considerado “segundo candidato mais votado” pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e pelo Conselho Constitucional, instituições que o ANAMOLA considera “partidarizadas”.
O partido justifica ainda a sua posição lembrando que nasceu “das reivindicações pós-eleitorais” e que representa “o espírito da luta contra a fraude e as injustiças eleitorais”, marcada por três meses consecutivos de protestos populares. “Muitos foram mortos, feridos, torturados, encarcerados e até hoje há desaparecidos, sob o olhar sossegado da Procuradoria-Geral da República”, denunciou Messias Uarreno.
Para o ANAMOLA, excluir o partido dos trabalhos do diálogo “é ignorar uma parte substancial da população e perpetuar a desconfiança nas instituições democráticas”.Em resposta, Uarreno anunciou que o partido realizará uma “auscultação pública particular” para recolher contribuições e formular propostas próprias de reforma constitucional e eleitoral.
O resultado deste processo será submetido à COTE até 15 de Dezembro de 2025.As linhas gerais das propostas do partido — referentes à revisão da Constituição, à Lei Orgânica da CNE, à Lei do Recenseamento Eleitoral e às leis eleitorais serão disponibilizadas em formato digital nas plataformas do partido.